Este ano, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo vem mais uma vez com uma programação recheada de filmes de todos os gêneros e épocas. Além de trazer as principais obras do cinema contemporâneo, também serão exibidos clássicos brasileiros e estrangeiros em retrospectivas e apresentações especiais. O festival começa nesta quinta, 17 de outubro, com encerramento no dia 31
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, criada em 1977 pelo crítico Leon Cakoff (1948-2011), trouxe novamente em sua 37ª edição uma programação diversificada, com filmes do cinema contemporâneo do Brasil e de diversos países do mundo, além de clássicos do cinema europeu e asiático.
São os destaques da mostra, a retrospectiva de um dos maiores diretores de cinema da história, Stanley Kubrick, as duas mostras especiais que focam o cinema contemporâneo da Coreia e da China e a homenagem ao 110° aniversário do diretor japonês Yasujiro Ozu, famoso por Era Uma Vez em Tóquio (Tôkyô Monogatari, Japão, 1953), que terá 3 de seus filmes exibidos no festival.
Confira a vinheta da 37ª edição da mostra.
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A abertura ocorre no dia 17 de outubro, com a exibição do vencedor do Grande Prêmio do Júri de Cannes, Inside Llewyn Davis (EUA/França, 2013), dos irmãos Joel e Ethan Coen, realizadores de Bravura Indômita (True Grit, EUA, 2010) e Onde os Fracos Não Têm Vez (No Coutry For Old Men, EUA, 2007). No dia 31, o festival é encerrado com a exibição da biografia do grande cineasta Federico Fellini, Que Estranho Chamar-se Frederico (Che strano chiamarsi Federico, Itália, 2013), dirigido pelo conterrâneo Ettore Scola, homenageado pela mostra, conhecido pelo roteiro de Aquele Que Sabe Viver (Il Sorpasso, Itália, 1962), de Dino Risi, que conta também com o ator de Amor (Amour, França/Alemanha/Áustria, 2012), Jean-Louis Trintignant, no começo de sua carreira.
Confira o trailer de Inside Lllewyn Davis, filme que abre a mostra.
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A partir do dia 18, o festival estará nos mais diversos lugares da capital paulista, dentre museus, cinemas e espaços culturais. Durante duas semanas, o público terá fácil acesso aos filmes de arte, pois serão mais de 20 espaços espalhados na cidade, com exibições pagas e gratuitas.
A 37ª edição será dividia em cinco categorias:
A Competição Novos Diretores que exibirá filmes de diretores com até dois longas em sua filmografia com a chance de disputar o Troféu Bandeira Paulista caso sejam indicados pelo público ao Júri Internacional, composto por Lav Diaz, Sergei Loznitsa, Hans Weingartner, César Charlone e Monique Gardenberg;
A Perspectiva Internacional, que faz um apanhado do cinema contemporâneo mundial;
As Retrospectivas e as Apresentações Especiais com clássicos dos variados diretores homenageados pela mostra, desde importantes a desconhecidos;
e a Mostra Brasil exibindo os títulos inéditos do cinema brasileiro, que também integram a Competição Novos Diretores e Perspectiva Internacional.
A lista de todos os filmes que serão exibidos na mostra pode ser acessada no link.
Confira a coletiva de imprensa com a diretora e os principais realizadores da mostra.
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Para aproximar o público do cinema contemporâneo brasileiro, a mostra criou o Brasil Tela Para Todos – Perspectivas Contemporâneas, em que serão exibidos aos domingos no Centro Cultural Banco do Brasil mais de 30 filmes, de outubro à maio de 2014. Todos os tipos de gêneros complementam a mostra especial, tendo principalmente as animações para integrar mais o público infantil ao cinema. A Mostra Brasil também destacará o cinema brasileiro contemporâneo, no entanto, com mais filmes e documentários inéditos, que poderão estar disputando prêmios no festival.
Começou também, nessa última sexta-feira, dia 11, a homenagem a Stanley Kubrick no Museu de Imagem e Som (MIS), onde serão exibidos cartas, fotografias e objetos dos filmes do diretor americano. A exposição, financiada pela Deutsches Filmmuseum de Frankfurt, ficará em cartaz até 14 de janeiro de 2014.
Christiane Kubrick, viúva do diretor e autora da pintura que ilustra a nova edição da mostra, citou a qualidade da exposição como sensível e original. Em sua opinião, a homenagem do museu a Kubrick ficou impressionante, devido a ideia de copiar os cenários dos filmes do diretor, nunca feito antes. Confira a entrevista completa e a apresentação da exposição em vídeo liberado pela Mostra Internacional de São Paulo.
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No dia 26 de outubro, em sessão ao ar livre no Parque do Ibirapuera, haverá a exibição do clássico do cinema mudo alemão, Nathan, O Sábio (Nathan der Weise, Alemanha, 1922), do cineasta Manfred Moa, que será acompanhado pela Orquestra Petrobras Sinfônica, interpretando a obra do libanês Rabih Abou-Khalil, feita especialmente para o filme. O clássico é uma adaptação da peça homônima do poeta alemão Gotthorld Ephraim Lessing, que se passa durante a guerra religiosa entre judeus, muçulmanos e cristãos, no século XII. Por conta da censura do governo alemão em 1930, o filme ficou desaparecido até 1996, quando foi encontrado em Moscou.
Em 1° de novembro, no encerramento, será exibido um dos clássicos do cineasta britânico Charles Chaplin, O Circo (The Circus, EUA, 1928), também mudo, no Vale do Anhangabaú, com o acompanhamento da orquestra do Teatro Municipal. No filme, Charles Chaplin faz o papel de um vagabundo que está fugindo da polícia e é ajudado por o dono de um circo que tenta aproveitá-lo. No entanto, o vagabundo acaba se apaixonando pela filha do dono, Merna, interpretada por Merna Kennedy.
Serão 11 filmes, no total, que estão disputando uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar, a ser exibido no festival.
Confira as principais atrações internacionais dessa edição, incluídos na Perspectiva Internacional ou Competição Novos Diretores, que destaca bastante o cinema da Ásia e do Oriente Médio, ainda trazendo outros filmes que também fizeram sucesso dentre os principais festivais do mundo.
A Grande Noite (Le Grand Soir, França, 2012), de Benoît Delépine e Gustave Kervern.
Premiado com o prêmio especial do júri no Festival de Cannes, em 2012, A Grande Noite narra a história dos irmãos Bonzini, Jean-Pierre, um vendedor de lojas, e Benoît, o punk mais velho da Europa. O filme mostra os dois voltando a se falar e Jean-Pierre, após ser demitido de seu trabalho, tornando-se punk como seu irmão.
A Mulher Do Policial (Die Frau Des Polizisten, Alemanha, 2013), de Philip Gröning (Alemanha)
Vencedor do prêmio especial do júri do Festival de Veneza, A Mulher do Policial mostra as dificuldades de um policial pai de família ao mudar-se com os filhos e a mulher do oeste da Alemanha a uma outra cidade por conta do trabalho. Nesse novo lar, a família do policial terá dificuldade em adaptar-se ao local, onde há constantemente conflitos familiares.
Ana Arabia (França/Israel, 2013), de Amos Gitai.
Vencedor do prêmio Gota Verde no Festival de Veneza em 2013, Ana Arabia é mais um filme premiado do cineasta israelense Amos Gitai, nomeado 4 vezes a Palma de Ouro em Cannes, que retrata como é a vida de árabes e judeus em uma pequena comunidade de exilados esquecida na fronteira entre Jaffa e Bat Yam, em Israel, focando na interação entre uma jornalista que visita a região para uma reportagem e alguns dos moradores. Como em Veneza, o filme será exibido na mostra com a presença de Amos Gitai.
Confira o trailer de Ana Arabia.
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Cães Errantes (Stray Dogs, Taiwan/França, 2013), de Tsai Ming Liang.
Também premiado pelo júri de Veneza em 2013, Cães Errantes é dirigido pelo malasiano Tsai Ming Liang, premiado em Cannes, Berlim, Chicago, Veneza e na própria mostra, em 1997, com a menção honrosa da crítica pelo seu O Rio (He Liu, 1997), e conta o drama de um pai e seus dois filhos vagando pelas margens de Taipé, capital da República da China, no norte da ilha de Taiwan, em uma vida difícil onde não tem sequer o comer de cada dia. No entanto, em um certo dia uma mulher o visita em seu abrigo num prédio abandonado, dando esperança aos antigos sonhos da família.
Confira clipe de Cães Errantes.
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Círculos (Krugovi, França/Sérvia/Alemanha/Eslovênia/Croácia, 2013), de Srdan Glolubovic.
Vencedor do prêmio especial do júri de melhor drama no Festival de Sundance e do júri ecumênico no Festival de Berlim em 2013, Círculos, de Srdan Glolubovic, narra o reencontro de um dos três soldados da Bósnia, que mataram um de seus companheiros após esse ter salvo um jovem civil muçulmano, Haris, que estava sendo torturado por eles, com o pai do jovem assassinado que agora é cirurgião e terá de operá-lo. Na Alemanha, sabendo da notícia, Haris acha uma oportunidade de pagar sua dívida a quem lhe salvou no momento em que corria o risco de perder a vida.
Confira o trailer de Círculos.
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Cortinas Fechadas (Pardé, Irã, 2013), de Jafar Panahi, Kambuzia Partovi.
Premiado como por melhor roteiro com o Urso de Prata no Festival de Berlim de 2013, Cortinas Fechadas, do polêmico cineasta iraniano Jafar Panahi, traz novamente como típico do diretor, um drama social do Irã contemporâneo. No filme, um homem com seu cachorro e uma moça que esteve em uma festa clandestina perto do Mar Cáspio são procurados pelo governo iraniano por infrigirem as leis morais do país. Os dois se escondem por coincidência em uma mesma casa de campo isolada e passam a se observar cheios de suspeitas. No entanto, tudo muda quando o diretor Jafar Panahi, quebrando o nexo cinematográfico da história que se passava, entra em cena com o mesmo cargo da vida real, de cineasta.
Confira o trailer de Cortinas Fechadas.
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Ela Vai (Elle S’En Va, França, 2013), de Emmanuelle Bercot.
Nomeado ao Urso de Ouro no Festival de Berlim 2013, e dirigido pela realizadora de Os Infiés (Les Infidéles, França, 2012) e roteirista do premiado em Cannes, Polissia (França, 2011), Ela Vai narra a vida de Bettie, que decide viajar e se divertir com o neto após o término de um relacionamento e o fracasso com seu restaurante.
Confira o trailer de Ela Vai.
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Escudo de Palha (Wara No Tate, Japão, 2013), de Takashi Miike.
Nomeado a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2013, Escudo de Palha é dirigido por um dos mais aclamados diretores do cinema Japonês atual, Takashi Miike, autor do remake 13 Assassinos (Jûsan-nin no shikaku, Japão, 2010) , premiado em Veneza. O novo filme do cineasta japonês conta a perseguição do poderoso bilionário Ninagawa pelo assassino que matou sua neta. Quando soube do autor da morte dela, Ninagawa decidiu por nos jornais Mate Kunihide Kiyomaru, e eu lhe pago um bilhão de ienes. Após saber da notícia, Kunihide se entrega a polícia de Fukukoka que o leva para Tóquio. No entanto, a viagem vira uma perseguição constante onde várias pessoas tentam matar o assassino para conseguir o dinheiro.
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Mofo (Küf, Turquia/Japão, 2012), de Ali Aydin.
Dirigido pelo estreante e já premiado em Veneza com o Luigi De Laurentiis, Ali Aydim, Mofo é um drama existencial que mostra a vida monótona de Basri, um homem triste desde o desaparecimento do filho, que esteve preso sob-custódia há 18 anos e agora se isola do convívio social após o falecimento da esposa, vagando sozinho pelas trilhas intermináveis de Anatólia, na Turquia. No entanto, como todo otimista, Basri ainda tem esperança em reencontrar o seu filho e para isso continua escrevendo petições.
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Omar (Palestina, 2013), de Hany Abu-Assad.
Vencedor do prêmio especial do júri na categoria Um Certo Olhar no Festival de Cannes 2013, conta a busca do jovem padeiro Omar por seu amor secreto, Nadia, que está do outro lado do muro que separa Israel e Palestina. Com a Palestina ocupada e dificultando o seu sonho, Omar escolhe tornar-se um combatente pela liberdade, pondo em risco a sua vida para ter o direito de ver novamente a sua amada.
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Pais e Filhos (Soshite Chichi Ni Naru, Japão, 2013), de Hirokazu Kore-eda.
Premiado em Cannes com a menção especial do Júri Ecumênico e com o prêmio do Júri, Pais e Filhos é mais um que promete fazer sucesso na mostra como fez em Cannes. O filme do cineasta japonês Hirokazu Kore-eda mostra um pai de família afrontando a ideia de paternidade quando descobre que o seu menino de seis anos na realidade não é seu filho biológico. Trocada após o nascimento no hospital, a criança terá de ser dada ao pai biológico, o qual devolverá o seu filho legítimo.
Confira o trailer de Pais e Filhos.
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Tom na Fazenda (Tom À La Ferme, Canadá/França, 2013), de Xavier Dolan.
Nomeado ao Leão de Ouro em Veneza, Tom na Fazenda, do famoso cineasta Xavier Dolan que costuma trazer a temática da natureza do homossexualismo aos seus filmes, narra a vida depressiva e solitária de Tom após a morte de seu namorado. Como a mãe do falecido não sabe de seu relacionamento com Tom, esse por sua vez sente-se numa situação complicada e que pode se tornar um desastre em pouco tempo.
Confira o trailer de Tom na Fazenda.
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